O ÉDEN

No outro dia entendi, porque é que a natureza era tão bela e sábia e nela cabia tanto amor.
Como a maior parte das vezes, estava sentado num prado, perto do Hotel onde vivo, quando nisto pousa uma Poupa numa pedra á minha frente,e pergunta me que procurava eu todos os dias ali sentado?, ao qual respondi que só buscava um pouco de paz e conhecimento.Foi quando ele me propôs contar uma história, ja que estava tão sedento de conhecimento, que levava dois anos indo por ali consecutivamente.E eu assenti.
Há muitos,muitos anos viviam dois jovens em matrimónio, ele chamava-se Honesto e ela Sensata.Tinham uma casita de pedra muito pequena,com as condições necessárias, para a época, para viverem, rodeada de monte por todos os lados.Honesto e Sensata dando-se conta de que teem que subsistir, descobrem o TRABALHO.O monte começou a deixar de ser só monte,para passar a ser algo mais.Começaram a aparecer árvores de frutos, cereais, campos de pastos ocupados por herbíveros, á volta da casa havia florescido um belo jardim de cores e aromas, diferentes, belos e entranhantes.Dessa relação e desse trabalho,Honesto e Sensata conheceram, a CONVIVÊNCIA, o RESPEITO, a AMIZADE, o DESESPERO, a ESPERANÇA, a ALEGRIA, a TRISTEZA, a FIDELIDADE, a CÚMPLICIDADE, o CARINHO e o AMOR.Fruto desses conhecimentos tiveram outra revelação, a FAMÍLIA.Nove meses mais tarde tiveram uma filha a quem chamaram Felicidade.As coisas iam bem até que um dia Honesto,perto dos seus territórios conheceu um ser que se apresentou com uma afabilidade desmesurada,com o nome de Inveja,o qual começou a visitá-lo com bastante frequência,levando-lhe sempre um pequeno detalhe e um sorriso,acabando por conquistar a sua confiança.Honesto,boa pessoa deu-lhe um par de montes já trabalhados para ter o amigo sempre por perto,porque lhe fazia muita companhia.Um dia Inveja convida a Honesto a dar um passeio e fazer um piquenique,o qual aceitou já que os conhecimentos que tinha adquirido, não lhe advertiam de nenhum tipo de perigo, e lá foi.Foram andandando enquanto Inveja filosofava sobre os seus conhecimentos, Honesto foi-se dando conta que Inveja falava de terceiros com pouco respeito,e quando se referia a eles dava pontapés em flores, ou no que encontrava pelo caminho.Aí Honesto começou a dar-se de conta que estava a conhecer o RANCOR e a VIOLENCIA.Quando pararam para comer, Honesto saca da bolsa do farnel, estende uma toalha no chão,e comparte a comida com Inveja, o qual não lhe assentou muito bem, mas foi comendo, enquanto se metia com Honesto.A um determinado momento não podendo mais, Inveja possuído, por os sentimentos mais baixos, que pode ter um ser Humano,explode.
-Tu quem pensas que és?.Com essa cara de parvo que tens?.És mas é um cobarde de merda.Toda a tua vida controlada, levas uma vida de merda, eu pelo menos vivo e divirto-me.Tu pensavas que eu era teu amigo???.
HA ha ha ha ha deixa-me rir.És mesmo um otário.E por certo não te quero ver mais pela frente.És um merda.
Inveja Levanta-se tira os sapatos ao Honesto dizendo-lhe "A ti não te fazem falta saloio".E vai-se,deixando Honesto atónito, sentado frente a uma toalha com comida, que ele com tanta ilusão havia preparado para aquele que considerava tão amigo.Quando se recobrou um pouco do estado de choque a que foi sobmetido,Honesto se deu conta que havia conhecido a própria INVEJA, a VIOLÊNCIA, o ÓDIO, a PERVERSIDADE, a CRUELDADE e a FRIVOLIDADE.Honesto recolheu os seus haveres e tomou o caminho rumo á sua casa, descalço, pisando pedrase silvas foi caminhando até chegar á sua casa, com os pés desfeitos e ensanguentados, destroçado pela traição daquele,a quem ele considerava amigo,desatou a chorar frente á família,então Sensata e Felicidade,com muito DESESPERO,AMOR,CARINHO,CÚMPLICIDADE e ALEGRIA, curaram as feridas de Honesto,tanto FÍSICAS como PSÍQUICAS.A MÃE NATUREZA comovida com a bondade destes seres disse então:


-Se forem cuidadosos e respeituosos não só entre os da mesma espécie,mas também com os de outras espécies,dar-vos-eí o DOM de ver o ÉDEN EM VIDA.


Ao terminar, eu fiquei a olhar para a Poupa e balbuciei "Uma bonita história", e diz-me ela, "Ainda não me disseste, o que fazes aqui?".
Parei -me a olhar para ela, sorri, e respondi-lhe "Pois estou a contemplar o ÉDEN EM VIDA"